domingo, 8 de janeiro de 2012

Quando a exegese e a pregação trabalham juntos

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Todo pregador da Bíblia deve se aprofundar cada vez mais no estudo da Bíblia. Todo estudioso da Bíblia, deve aprimorar-se em proclamar eficazmente a mensagem divina.

Atualmente existe uma discrepância entre pregação e profundidade no estudo. Parece que cada vez mais os que são considerados bons comunicadores se distanciam da teologia bíblica saudável. Da mesma forma, os que possuem qualidade na profundidade das Escrituras carecem de uma boa comunicação para tornar suas mensagens atrativas e entendidas ao povo de Deus. Como podemos chegar num equilíbrio saudável entre profundidade e clareza na exposição?

O pregador ou expositor da Bíblia deve possuir uma biblioteca básica para seus estudos e preparo de suas mensagens. Naturalmente, isso leva tempo. É importante que o pregador se prepare, o melhor que puder, para adquirir comentários bíblicos, livros de introdução bíblica e outras modalidades para cada vez mais mergulhar dentro do texto bíblico e crescer no ministério da Palavra. 

Entre os livros de referência na biblioteca de um ministro de Deus é importante dar atenção aos comentários. Os comentários bíblicos não são a verdade. São opiniões e pontos de vistas sobre ela. Você deve ler os comentaristas como amigos que conversam após um jogo de futebol para comentar a partida. Tem coisas que você concorda, outras não. Na maioria das vezes, é melhor consultar um comentário depois que já tenha uma opinião mais ou menos formada sobre um texto ou livro bíblico. 

Os comentários que mais se destacam são as séries: Hermeneia, Anchor Bible e International Critical Commentay (ICC). Estas séries são muito caras e, sem dúvida, seriam um grande presente para um pastor-pregador. Atualmente, a maioria das grandes séries, como estas que citei, já existem em versões digitais e em cd-rom para serem usadas num laptop ou tablet. Em português, sugiro: comentário bíblico vida nova, comentário NVI, São Jerônimo, série cultura bíblica, ABU, Loyola e comentário bíblico latino-americano. Também temos alguns comentários de autores publicados em avulsos, não como uma série, por editoras que zelam pelo estudo da Palavra e valorizam o trabalho deste ou daquele intérprete. Ainda temos alguns comentários homiléticos, frutos de pregações expositivas de grandes intérpretes e pastores: Martin Lloyd Jones, Waren Wiersbe, Hernande Dias Lopes, João Calvino, John Stott.

Para ser um bom exegeta, ou seja, um bom estudioso e intérprete das Escrituras é importante ler livros, artigos e mensagens de bons exegetas. Você se torna bom aprendendo com quem é bom também 

Um bom pregador deve também aprender com um bom pregador; deve ouvir bons pregadores e ler sermões de quem é admirado nesta área. Pessoalmente, acredito que devemos unir as duas coisas. Pois, a exegese está a serviço da pregação. Lendo bons exegetas e estudando bons sermões você vai aperfeiçoar seu olhar "clínico" na arte de expor a Bíblia com profundidade de conteúdo e clareza de comunicação. 


Lendo bons exegetas você aperfeiçoa seu "bisturi" de interpretação bíblica para descobrir as verdades eternas. Lendo e ouvindo bons sermões você aprimora suas afeições e práticas homiléticas para proclamar as bênçãos celestiais. 

Mesmo assim, ao escolher seus modelos, tenha cautela. Cautela com os exegetas. Nem todos os melhores exegetas são especialistas na Bíblia toda. É bom escolher entre um ou dois que tenham especialidades exegéticas diferentes. É bom conhecer um ou dois bons teológos de Antigo e outros de Novo Testamento. 

Quero sugerir alguns bons exegetas e teológos. Primeiro, do Antigo Testamento. Teológos: Gehrard Von Rad, Walter Brueggemann e Claus Westermann. Exegetas: William Holladay, John Bright e Erhard Gerstenberger. Mas poderíamos citar um exímio exegeta para cada livro da Bíblia. Segundo, do Novo Testamento. Teólogos: Joachim Jeremias, James Dunn e George Ladd. Exegetas: Gerd Theissen, Donald Carson e Ernst Käsemann. Vale a pena vez ou outra mergulhar no pensamento de um estudioso cristão da Bíblia e conhecer todas as suas obras e modo de pensar, como Russel Shedd, Eugene Peterson, William Barclay.

Igualmente, tenha cautela com os pregadores. Pois, nem todo pregador eloquente tem os melhores sermões escritos. Conhecemos pregadores aptos na comunicação, mas reprováveis na teologia e conteúdo. Também temos pregadores profundos e teologicamente saudáveis que nem sempre tornam claro a mensagem viva do Evangelho de Cristo. 

Alguns excelentes teólogos são enfadonhos em suas preleções. Alguns pregadores poderosamente eloquentes são superficiais em teologia, ilustrações e aplicações. Quisera Deus que todos sejamos eloquentes e veracíveis na exposição; profundos, mas sem perder a simplicidade; claros, mas sem entrar na onda dos comunicadores das modas "gospels". 

A verdade divina deve ser proclamada e ensinada com veracidade, sabedoria, paixão e autenticidade da parte do pregador. Portanto, esteja atento: nem sempre o melhor sermão vem do pregador mais eloquente ou que atraí as multidões. E, também, procure se identificar com um pregador do século 19, 20 e 21 para aperfeiçoar a arte de expor as Escrituras e entregar a mensagem divina. Perceba como estes pregadores estudam as Escrituras, dividem o tempo entre outras tarefas do ministério, desenvolvem teologia viva para o povo de Deus, etc.


Saiba escolher seus referenciais: do eloquente ao enfadonho, do superficial, ao profundo, do simplista ao detalhista, do sábio ao conhecedor, do fundamentalista ao liberal, do pastoralista ao acadêmico, do apaixonado ao perspicaz, do conciso ao prolixo. Faça como um bolo: pegue um ingrediente de cada e depois misture tudo e faça um bolo, isto é, encontre um equilibrio entre o bom e o ruim de cada referencial escolhido e seu próprio jeito de ser. Descubra seu próprio modo de ler e interpretar as Escrituras e, depois, expor a Palavra de Deus para a glória do Senhor. 

É muito importante você separar tempo para estudar a Bíblia e o trabalho destes autores, sem falar do tempo que você deve separar para produzir seus materiais. Se não me engano, John Stott dizia que temos de separar uma hora por dia para tal tarefa intelectual; uma manhã por semana de estudos sem interrupções; um dia todo por mês para um estudo meticuloso da Bíblia; uma semana inteira para estudos ao ano. Eu acrescentaria, um ano todo de estudos e oração na presença de Deus a cada sete anos ou quatorze anos, dependendo da sua possibilidade pessoal. 

Como pregador seja um disciplinado estudioso da Bíblia; como exegeta e estudioso, não dispense o aprendizado que vem da oração, da comunhão com os santos e do serviço abnegado em nome de Jesus. Mas em ambos, nunca deixe de aplicar as verdades eternas em sua própria vida e, ao se envolver com as pessoas e aplicar-se em seu ministério, em apresentar-lhes com fidelidade a Palavra de Deus.


sábado, 7 de janeiro de 2012

Ame o Senhor Deus

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Deus nos criou para um relacionamento de amor com ele. Esse relacionamento pode ser intensificado através da oração e dos estudos das Escrituras. Orar, por si mesmo, não é o "amar a Deus", assim como um remédio não é a cura do corpo. O remédio potencializa a cura, dispõe nosso organismo à restauração. A oração nos dispõe a este relacionamento de amor tal como uma conversa com um amigo que gostamos: a conversa em si não significa mais ou menos amor na amizade, porém, através da conversa, podemos nos relacionar com quem amamos, da mesma forma como quando ouvimos sobre quem amamos ou lemos algo a respeito dela. Ore porque você ama a Deus. E se você quer aprender a amá-lo ainda mais, se dedique ainda mais em oração. Mas lembre-se que o mandamento maior é amar a Deus.