domingo, 23 de dezembro de 2012

Israel: o grande palco das narrativas bíblicas

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Poucos lugares do mundo são tão espetaculares como Israel. Tanto por sua maravilhosa geografia quanto sua importância histórica e religiosa. Não temos duvida que a nação de Israel foi o palco da formação de grande parte das narrativas bíblicas. Israel foi o solo de onde surgiram a maior parte dos escritos bíblicos, desde Abraão ate Jesus e os apóstolos. Ir aos lugares onde Jesus andou e imaginar o que ele viu é uma experiência de transformação de vida, crescimento bíblico e renovação espiritual.

Nossa expedição bíblica vai oferecer estudos bíblicos diretamente nos lugares que esses textos se referem. Nós iremos visitar lugares de grande importância no Antigo Testamento, como o monte Carmelo. Nós iremos visitar alguns sítios arqueológicos que lançam luz na historia bíblica, como a antiga cidade dos jebuseus conquistada por Davi, o túnel usado pelo rei Ezequias e a comunidade de Qumran - a que produziu os conhecidos manuscritos do Mar Morto. E no museu do livro em Jerusalém iremos ver esses manuscritos. Nós iremos visitar lugares de importância histórica e de relevância para o Novo Testamento como a fortaleza de Herodes (o rei Herodes), Massada e em Cesareia Marítima veremos uma placa que atesta a existência de Pilatos (o Poncio Pilatos, que julgou Jesus). Nós iremos estudar as Escrituras no mar da Galileia e no Jardim Getsemane. 

Nós iremos celebrar a ressurreição de Jesus o Senhor no jardim do Tumulo, lugar que a maioria dos arqueólogos e teólogos apontam como o exato tumulo de Jesus. Nós iremos andar aonde Jesus andou pela cidade antiga de Jerusalém. E vários outros sítios e locais.

Enquanto nós viajamos, também estaremos tendo contato com a cultura do oriente médio e poderemos ampliar nossa visão sobre a fé crista e a urgência missionaria da igreja no mundo.

Nossa oração é que você participe deste projeto com dois objetivos bem claros: o primeiro é ser impactado por Deus; o segundo é, por causa desta influencia do Espirito em você, você esteja disposto a voltar influenciando vidas ao seu redor.


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Por que casais se divorciam?

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Podemos enumerar vários motivos para o enorme número de divórcios em nosso contexto. Porém, uma das causas que quero salientar aqui é a inversão dos papéis entre marido e esposa.

Concordamos com John McCarthur que disse que “satanás sabe, por experiência, que quando o lar é enfraquecido toda a sociedade é enfraquecida, porque o âmago de todo relacionamento humano é a família”. Por isso, temos visto tantos insucessos na vida familiar de qualquer etnia.

Parece que na prática, em nossa sociedade liberal, feminista e individualista, o valor da família foi colocado em lugar periférico, quando deveria ser central. Os cônjuges já não sabem mais o que devem fazer um para o outro e dentro da dinâmica familiar para que a o casamento (a família) subsista.

Maggie Gallagher diz que “quando uma cultura começa a promover falsos conceitos de sexo e família, as reverberações são sentidas imediatamente, penetrando fundo nas esferas menos públicas e íntimas de nossa vida cotidiana”. É isso que temos testemunhado em pleno século 21, as reverberações da falência da família.

Um exemplo dessa permissão dos valores diabólicos na vida familiar é a frase divulgada nas redes sociais: antigamente, quando alguma coisa quebrava, a gente consertava; hoje em dia, quando algo se quebra, se joga fora e arruma outra.

Ou seja, não há em qualquer uma das partes da família afetada pelas demandas cotidianas um desejo bastante grande que se traduza em ações práticas para evitar o divórcio ou, pelo menos, consertar quando as coisas quebram. A descartabilidade do cônjuge não seria tão frequente se se desse o devido valor aos papéis que cada um exerce.

Quando os papéis entre marido e esposa seguem as tendências culturais, sem qualquer precedente bíblico, o divórcio é iminente. Portanto, um casal que serve a Deus deve se empenhar em descobrir e obedecer aos papeis bíblicos revelados no desígnio de Deus. Ao redescobrir a Palavra de Deus, maridos e esposas receberão as qualificações espirituais para o sucesso da vida conjugal.

Para ajustar seu papel conjugal segundo a Bíblia, preste atenção a estes conselhos para evitar o divórcio. 

1) não queiram ser iguais, assumam suas diferenças e trabalhem acordos. Homens e mulheres são diferentes. Já na metade do século 20, a ciência tinha isso por certo. Cientificamente falando, até mesmo os cérebros são diferentes. Maridos e esposas são diferentes em questões genéticas e biológicas e também sociais. Isto é, o que Deus espera dos maridos é diferente do que ele espera das esposas.

Por causa da inversão dos papéis domésticos temos acarretado desastres que afetam toda a sociedade. A inversão os papéis não permite que se cumpram as exigências bíblicas para a convivência conjugal. Cada cônjuge deve ter atitudes um para com o outro de acordo com o que Deus espera que cada um faça de acordo com seu papel. 

2) busque excelência em tudo que você fizer como marido ou esposa. O padrão divino está posto nas Escrituras. Descubra-os. Converse sobre eles. Assuma cada um o seu papel. Em resumo, a esposa deve ser submissa ao marido (Ef 5.22) e o marido deve amar sua esposa (Ef 5.25).

A Bíblia amplia estes padrões e dá maiores diretrizes em textos além de Efésios. A esposa excelente deve possuir caráter cristão, devoção como dona-de-casa, generosidade como esposa, influência como professora dos filhos e eficácia como mãe. Provérbios 31 é uma boa referência para as mulheres.O marido excelente vai à busca de um aperfeiçoamento de si para ser: companheiro, líder no lar, puro sexualmente, trabalhador e com atitudes piedosas como o silêncio pacificador e a exortação amorosa, ambos em momentos necessários. Nossa base para os homens concentra-se em 1 Pedro 3.7 e  também nas qualificações de um líder segundo a compreensão paulina em 1 Timóteo 3.5.

3) valorize seu cônjuge pelo papel que Deus lhe concedeu a partir do momento em que vocês se casaram. Paulo advertiu as pessoas solteiras que querem casar-se que haverão muitas dificuldades na vida conjugal (1Co 7.28). Paulo disse isso porque esperava dos cristãos uma maior consagração a Deus, casados ou não. Porque o casamento é um ambiente de potenciais tensões e crises, ele também deve ser o espaço de intensa consagração e aperfeiçoamento pessoal para servir a Deus no casamento.Em outras palavras, nas dificuldades do casamento os maridos devem empenhar-se para serem melhores maridos (seja que situação for). A esposa pode ser efetivamente uma mulher sábia em meio às turbulências da vida doméstica. Cada qual com suas possibilidades, papéis e demandas.

Uma intempérie conjugal pode se tornar uma tentação para o divórcio. Quando isso acontecer, o marido não deve divorciar de sua esposa, nem ela dele. Dentro do exercício de seu papel, o cônjuge valoriza - acima de seus próprios desejos e argumentos - a sua família.

Pode até ser que o Genésio (nome fictício) queira divorciar da Genoveva (nome fictício), mas ele não deve fazer isso. Antes de seus desejos, Genésio deve pensar no bem estar do sistema em que está inserido e buscar meios de superação das dificuldades.

Enquanto indivíduo, você que é casado(a) pode ser tentado a divorciar por causa da pressão das dificuldades e das fraquezas que o cônjuge apresenta. Mas por causa do papel que Deus lhe deu quando casou, você busca meios de superar as situações adversas e superar-se sem divórcio e dependendo da graça de Deus em sua vida.

O divórcio para o cristão nunca foi e nem será uma alternativa para os fracassos no casamento ou para sair de constantes frustrações. A esposa frustrada deve pensar acima de tudo na família e por isso aprimorar-se. O marido aviltado deve procurar salvar sua família e por isso fortalecer-se.

Nesta busca pelo cuidado com a família (em crise ou não) o marido que apreende os papéis que Deus estabeleceu tem maiores chances de ser bem sucedido. E também a esposa. Inclusive, aproveito o espaço para lembrar as esposas do sublime papel que vocês têm no lar. Aprenda sobre ser esposa. Assuma isso. Vá além de seus desejos e limites pessoais, valorize seu marido porque ele é o seu marido, além de ser o “Genésio”. Não queira parecer com seu marido em seu papel social. Queira o seu papel.

Depois que vocês casaram, o Genésio é esposo; a Genoveva é esposa. Ele merece o que um esposo merece; ela merece o que uma esposa merece. Trabalhem nisso. Creio que é isso que traduz o que Paulo afirma em 1 Coríntios: “o marido deve cumprir os seus deveres conjugais para com a sua mulher, e da mesma forma a mulher para com o seu marido” (1Co 7.3). Quando um casal age assim, ambos transcendem as limitações e frustrações eventuais e vencem a tendência de divórcio.

Sugiro também algumas atitudes que cada um, dentro de seu papel, pode exercitar para melhorar sua condição de esposo ou esposa:
1.    Orem juntos: revezem entre si quem inicia o tempo de oração;
2.    Leiam livros sobre: casamento, sexo, filhos, etc.;
3.    Façam cursos específicos na sua igreja local: exemplo, o crown;
4.    Aprendam a dialogar, mesmo nas brigas, e cumpram os acordos;
5.    Encontrem um hobie comum: invistam em descobrir isso no outro;
6.    O trabalho rouba muito tempo que pertence à família: dosem isso;
7.    Tirem um dia para discutir os pontos fracos do casamento;
8.    Tirem um dia para revelar e ressaltar os pontos altos do casamento;
9.    Superem o desconhecimento sobre o sexo e façam amor;
10. Descubram, apreciem e exercitem a linguagem de amor do outro.

Ainda neste tópico de sugestões práticas para evitar o divórcio, Les e Leslie Parrot estabelecem dicas de pequenas coisas que podem fazer grande diferença no casamento:
1.    Separem um tempo para o toque;
2.    Descubram coisas que os façam rir;
3.    Façam alguma atividade que os aproxime;
4.    Levantem a auto-estima um do outro;
5.    Livrem-se dos resíduos nocivos;
6.    Acendam o fogo da paixão no quarto;
7.    Revisem seus dez pontos altos;
8.    Estabeleçam metas;

 Antes de lamentar-se por causa de um divórcio se envolva ativamente em um processo de aperfeiçoamento pessoal que o ajude a viver o verdadeiro amor, em detrimento da paixão. A descoberta do papel de marido/esposa é um dos caminhos. Vamos em frente?

Que o Senhor conceda graça e misericórdia a todos os casais. E que no exercício do papel que Deus outorgou a cada um desde o dia do seu casamento, ele mesmo seja o guia dos pensamentos, dos valores e das atitudes. Que o sentimento de pertencimento, alegria e paz sejam perenes nos seus lares.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

7 sugestões para tornar seu discipulado mais proveitoso

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Muitas pessoas pensam que discipulado é apenas um tempo que você passa numa classe ou estudando para ser batizado. O discipulado, porém, é bem mais do que isso. Essencialmente, discipulado significa ajustar sua vida à vida do Senhor Jesus, como nos mostra as Escrituras.
De certa forma, enfatizamos bastante que todos que são recém-convertidos devem passar pelo discipulado – seja numa classe, num grupo ou pelo acompanhamento individual. Mas é certo afirmar que todos nós que nos relacionamos com Deus por causa da morte e ressurreição de Jesus estamos em discipulado. Se você é novo convertido ou já alguém que se considera maduro na fé cristã a questão é: você é um discípulo de Cristo.
Como você está se desenvolvendo como discípulo? Você tem conseguido manter uma constância e disciplina em suas devoções a Cristo? Seu relacionamento com Deus é vivo e dinâmico ou apenas litúrgico e ocasional? Você tem progressivamente absorvido a mente de Cristo? Tem vencido seus medos e dificuldades? Superado as tentações e vencido as provas de fé? Seus relacionamentos são edificantes ou as pessoas se afastam de você? Sua ação evangelística a curto e em longo prazo são eficientes? De certa forma, as respostas que você der a estas perguntas indicaram o nível de discipulado que se requer para que haja amadurecimento.
Se você é um discípulo em crescimento e que busca conhecer a Deus mais do que uma mera religiosidade, aqui vai algumas dicas praticas de como tornar seu discipulado mais proveitoso e intensificar seu relacionamento com o Senhor.

1.    Hora de dormir
Alguém disse que um corpo sadio proporciona uma mente saudável. Já tentou ler um livro ou participar de uma aula depois de duas noites sem sono? Você deve concordar que é no mínimo bem difícil prestar atenção numa aula, leitura ou sermão quando estamos com sono. Os cientistas afirmam que é essencial para a memoria humana e saúde do corpo que tenhamos nosso sono em dia.
Com isso, seu discipulado se tornará mais produtivo, porque com o sono em dia, sua memória, desenvolvimento psíquico e saúde física estarão mais receptivos à Palavra de Deus, aos sermões, aos estudos bíblicos e tarefas eclesiásticas.
É verdade que nem sempre conseguimos mantar “rotina” para dormir. Às vezes nossa mente prega uma peça em nós e nos mantem acordados mesmo quando queremos muito dormir! Todo mundo já passou por isso. No entanto, não devemos levar nossa rotina de descanso na brincadeira. Você tem uma hora certa no dia para dormir? Tem algum “rito” especial antes de ir para cama?

 2.    Tempo na presença de Deus
Outra sugestão para que seu discipulado seja produtivo é dedicar tempo na presença de Deus. Parece chover no molhado falar sobre isso. Afinal, qualquer crente sabe que para ter saúde na vida com Deus é necessário tomar doses diárias da vitamina BO (Bíblia e oração).
Mesmo sabendo que devemos orar e ler a Bíblia todos os dias, nem sempre conseguimos fazer isso. Entre saber que se deve fazer algo e realmente fazê-lo há uma diferença bastante grande.
Geralmente nos deparamos com questões interiores como: “por que eu não consigo manter rotina nas minhas orações?”, “como vou conseguir orar todos os dias se tenho pouco tempo para isso?”, “ah, fulano não conhece minha vida, se conhecesse saberia que é impossível tirar meia hora para Deus no meu dia”, “como ele consegue orar uma hora por dia? Isso é coisa só para pastor!”, “eu até quero ter mais tempo com Deus, mas isso só será possível depois que eu me aposentar”... Talvez possamos enumerar outras inquietações. Qualquer uma delas são bastante comuns quando estamos em busca de um relacionamento sério com Deus. O desafio é: sair do marasmo, da preguiça e começar a fazer o que achamos que é certo que devemos fazer.
Que fique claro que para desenvolvermos um relacionamento com Deus é preciso dedicar tempo com Deus. Fazemos isso através da oração. Mas também da leitura e estudo da Palavra. Tempo com Deus inclui a oração, mas não é apenas a oração em si. Dedicar tempo na presença de Deus envolve responder ao Senhor o que se lê nas Escrituras; incluí a intercessão por pessoas; acrescenta-se um período de clamor ao Pai pelas nossas dificuldades; para-se para pensar na grandeza de Deus e em como ele é; etc. Não espere ter tempo para ter tempo com Deus. Faça este tempo. Priorize! Deus é mais importante que qualquer outra coisa ou pessoa! O discípulo passa tempo com seu mestre!

3.    Estudo sequencial de um livro bíblico
Quando você começa a separar tempo para estar com Deus e este período geralmente é à sós com o Senhor, uma prática que não deve ficar de fora é o estudo diligente da Bíblia. A Bíblia é a Palavra de Deus. É pela revelação de Deus na história registrada na Bíblia que conhecemos quem ele é e como ele se relaciona conosco. Através das Escrituras descobrimos o que Deus pensa sobre qualquer assunto que tenhamos dúvidas ou precisemos de conselhos.
É comum ouvirmos hoje de pessoas que abrem a Bíblia aleatoriamente em busca de uma palavra exata e direta de Deus. A maioria destas pessoas são bem intencionadas e precisam muito ouvir a Deus. Naturalmente, o recurso mais correto e adequado para ouvir a Deus é a própria Palavra dele. Estamos no caminho certo! No entanto, esta prática não pode ser a única maneira de você ouvir Deus falando através das Escrituras. Pois, à medida que crescemos no discipulado temos de descobrir outros níveis de aprofundamento nas sagradas palavras do Senhor.
O nível que falamos agora é bastante elementar. Poderia ser tratado como um nível de s.o.s, onde recorremos ao Pai em momentos de urgentes necessidades. Mas existem outras maneiras de ler a Bíblia e que são igualmente importantes. Pode-se ler a Bíblia biograficamente, sequencialmente, teologicamente, geograficamente, por temas ou tópicos, por correlações entre os testamentos, entre outras formas.
A que sugerimos como um nível intermediário para seu discipulado é a leitura sequencial. Porque através dela você conhece a Bíblia de capa a capa. Não é leitura mais profunda, ela é bem abrangente. A leitura sequencial da Bíblia expõe você à toda a Palavra de Deus, não permitindo que você realize as leituras dos textos que apenas lhe interessam ou são convenientes ao seu discipulado. Este método de leitura nos livra do emburrecimento bíblico e da ignorância à respeito do texto das Escrituras.
A boa noticia para seu discipulado e amadurecimento: ler a Bíblia sequencialmente, em espirito de oração, esperando ouvir Deus, conhecer mais sobre o que ele faz, como ele se relaciona com as pessoas, etc., nos aproxima da presença de Deus. No seu discipulado, ao dedicar tempo com Deus, seguramente você será abençoado se ler a Bíblia sequencialmente. Mãos à obra!

4.    Escola bíblica
Eis aqui um ponto em que muitos discípulos têm falhado! No último relatório da área de ensino da nossa igreja constatamos que temos matriculado na escola bíblica 1188 alunos! Você concorda que é um número quase impressionante. Mas esse número se torna quase inexpressível se tomarmos por base o número total dos membros da igreja. Algo curioso também acontece. Destes 1188 alunos matriculados 610 ainda não são membros da nossa igreja! Traduzindo, cerca de 50% da nossa escola bíblica é frequentada por pessoas arroladas como membros!
Sim, eu concordo com você que temos outros meios de ensino, como as células, grupos de apoio e estudo, o próprio púlpito que é um tempo de exortação, mas de ensino também, etc. Se somarmos os números de pessoas que se envolvem com a Palavra teríamos um contingente bem maior. E isso tudo é uma benção! O que queremos ressaltar para o aperfeiçoamento de seu discipulado é que existem tópicos de aprofundamento bíblico que não são tratados numa célula, e talvez nem mesmo num grupo temático.
A escola bíblica apresenta várias oportunidades para o crescimento do discípulo de Cristo, dentro dos mais diversos assuntos bíblicos e níveis de formação espiritual e ministerial. Se envolva! Se intere dos assuntos! Separe pelo menos um tempo por ano para fazer um curso, uma atualização, um módulo específico.

5.    Célula ou “pequenos grupos”
A vida em célula na igreja nos mostra que o discipulado não se faz apenas com conhecimento bíblico, mas com a prática da obediência ao texto bíblico aprendido. E mais, fazemos isso entre pessoas que se dedicam a servir a Deus! Todo membro da igreja deveria fazer parte de um grupo pequeno, isto é, de uma célula. A célula é importante no processo de crescimento espiritual porque neste ambiente é que o “ferro afia o ferro” e onde desenvolvemos amigos mais chegados que irmãos.
Quando a Bíblia nos fala sobre o ferro afiar outro ferro, ela está dizendo que é através de relacionamentos significativos, pautados e direcionados pela Palavra, que superamos as nossas diferenças pessoais e crescemos em altruísmo, empatia e missão com as pessoas que Deus colocou ao nosso redor. O verdadeiro discípulo de Jesus certamente insiste em permanecer numa célula mesmo quando os conflitos aparecem, porque sabe do valor das pessoas e do que Deus pode fazer quando um se dispõe a “afiar” outro pela prática da Palavra.
Tecnicamente, a célula é como uma maquina de guerra na batalha espiritual que se apresenta na vida da Igreja. Ela é leve, ágil e feroz. Não precisa de grandes estruturas, apenas de uma casa; não necessidade obreiros oficiais como pastores e diáconos: na célula todos podem pastorear e servir uns aos outros; não causa estranheza ou barreiras para as pessoas que precisam de Deus mas não estão acostumadas com a linguagem religiosa das igrejas. Agindo assim, é na vida em célula que você pode se tornar um exímio discipulador, alguém que abençoa vidas e auxilia na evangelização e formação de novos crentes.

6.    Caminhada
Outra prática que pode tornar seu discipulado mais efetivo é a caminhada. Estamos falando da caminhada, literalmente. O discipulado é o caminhar junto com alguém. É Deus caminhando com você. É você no caminho de Jesus. “Caminho” é um termo usado como metáfora na Bíblia e bastante apropriado para nos indicar um processo de relacionamento com Deus e com pessoas. Simplesmente “caminhamos” juntos, prosseguimos num objetivo comum onde somos encorajados uns pelos outros. É bonito e desejável viver isso.
Mas a metáfora da caminhada assume tanta importância de significado porque a experiência da caminhada em si é algo muito importante e ensina grandes lições de vida.
Quem caminha habitualmente, além de auxiliar na saúde física, desenvolve disciplina, senso de observação, cautela ao caminhar, pode caminhar com alguém e conversar com esta pessoa, libera os hormônios vinculados à satisfação e alegria, gerando uma espécie de vicio em exercitar-se – excelente prevenção contra a depressão! Quem caminha em lugares diferentes começa a perceber coisas que nunca tinha percebido antes, quando passava de carro ou viu pela televisão. É muito melhor estar presente in loco para observar e sentir um lugar. A maioria das pessoas que caminham constantemente aprender a não reclamar das dificuldades.
Mesmo que aqui não seja o espaço mais adequado para uma explicação técnica dos benefícios da caminhada é comum a opinião que ela é importante para vida de todo mundo, tanto fisicamente quando mentalmente. Estando “de bem com a vida”, não dúvidas que haverá uma percepção mais adequada do que Deus tem feito em sua vida. Você verá a diferença em seu viver se incluir a caminhada como uma maneira de se relacionar com Deus porque poderá caminhar orando, observando a majestade de Deus e também discipulando alguém, enquanto “caminham”.

 7.    Hora de acordar
Nas palavras de Scott Peck “a disciplina é a caixa de ferramentas básica de que precisamos para solucionar os problemas da vida. Sem disciplina não podemos resolver coisa alguma. Com pouca disciplina podemos resolver poucos problemas. Com total disciplina podemos resolver todos os problemas”. O que torna difícil é que o processo de disciplinar-se e enfrentar as demandas exigidas é doloroso.
É por isso que discipulado é uma palavra relacionada diretamente com a palavra disciplina. No discipulado de Jesus, com ele e entre irmãos, somos constantemente desafiados a deixar para trás aquilo que não condiz com um seguidos de Cristo e a abraçar em nosso estilo de vida as qualidades que nos identificam como cristãos. Por esta relação do discipulado com a disciplina na vida que caminhar, ler, estudar, meditar, orar, ter horários e rotinas, concentrar-se são exercícios que auxiliam profundamente na busca de crescimento espiritual.
Ainda temos de desenvolver disciplina para acordar cedo e tirar tempo para estar na presença de Deus. Por que esta sugestão para incrementar seu discipulado? Por duas razões:
A primeira é que para muitas pessoas é doloroso levantar cedo para ir trabalhar ou até viver! Levantar exige disciplina e propósito. Temos algum proposito mais sublime e desejável do que viver para a gloria de Deus? Para todos, depois de uma noite de sono, do descanso e fadiga é necessário levantar e pôr mãos à obra nas demandas cotidianas. Melhor ainda é acordar depois de uma boa noite de sono, quando o Senhor nos abençoa com aquele sono reparador que nos torna fortes, bem humorados e dispostos a encarar os desafios com fé, assim como Josué e Caleb encararam os gigantes que habitavam na terra de Canaã, antes da entrada do povo.
A segunda razão é porque o horário que você separa para ter tempo com Deus e dedicar sua vida exclusivamente a ele é muito importante. Se você deixar para se relacionar com Deus quando tiver um tempo sobrando, por certo, você não o fará. Não temos tempo “sobrando”. Temos de ser bons gerentes do tempo que Deus nos concedeu. A melhor maneira de servir a Deus com o bom uso do tempo é dedicando tempo de qualidade ao relacionamento com o próprio Senhor, priorizando-o em suas atividades corriqueiras.
Sugerimos que este seu tempo de qualidade seja logo de manhã. Logo ao levantar-se. Antes do café, ou enquanto toma um café com Deus. Sem interrupções. Antes de iniciar qualquer atividade. Na experiência de irmãos que deixaram para depois este tempo, geralmente à noite, antes de dormir, é que a qualidade que depreendem para ler, estudar e orar não é a mesma do que depois de acordar.
É claro que cada pessoa tem um timing diferente e adapta-se melhor a este ou aquele ambiente. Mas a regra básica para desfrutar de um discipulado valioso e crescente é: separe um horário na sua agenda para o tempo com Deus. Invista em sua rotina de modo que todas as coisas venham a convergir para seu momento de encontro com o Pai Celeste.
Finalmente, lembramos que Paulo disse para colocarmos em “ação a salvação de vocês com temor e tremor” (Fp 2.12) e Pedro ensinou que Deus pelo “seu divino poder nos deu todas as coisas de que necessitamos para a vida e para a piedade” (2Pe 1.3). Estes textos estão nos instruindo a uma vida de constante aprendizado e crescimento diante de Deus e das pessoas. Temos de encontrar meios santificados para viver o que a Bíblia nos manda quanto à qualidade de nosso amor pelo Senhor.
Estas sugestões explanadas podem ser incorporadas em seu viver paulatinamente ou todas de uma vez. Um ou outro tópico destes está interligado, ou seja, quando você experimentar um naturalmente experimentará outro. Todavia, não seja displicente na sua santificação.
Seja reconhecido como um verdadeiro discípulo do Senhor. Os discípulos de Cristo, segundo Dallas Willard, são “pessoas que não apenas adotam e professam certas ideias como também aplicam sua compreensão crescente da vida no reino dos céus a todos os aspectos de sua vida na terra”. Sua vida é assim?

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Conheça as terras bíblicas: expedição bíblica 2012

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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Princípios poderosos para o ministério cristão

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Recentemente li um livrinho bem fininho de Waren Wiersbe intitulado “Os dez princípios poderosos para o ministério cristão”. Quando ele chegou a mim, pelo título, o teria desprezado: parecia um daqueles “enlatados” de autoajuda que prometem soluções rápidas para problemas complexos. Se não fosse pela boa referência que tenho de Wiersbe, não o leria. Mas me disciplinei a lê-lo por completo e descobrir o que Wiersbe tinha a dizer sobre o servir. E fui surpreendido! Aprendi algumas lições valiosas sobre como está meu serviço a Deus e, naturalmente, eles se aplicam para você também. Preste atenção!

Primeiro, porque o livro não se destinava somente aos ministros “oficiais” e remunerados do serviço eclesial. Ele fala a todos os crentes em Jesus, pois todos nós somos ministros do evangelho, isto é, servos de Deus. Segundo, porque em qualquer igreja local, seja grande ou pequena, necessita que seus membros e frequentadores se despertem para o ápice da vida cristã: o serviço abnegado em nome de Jesus. Seguindo essas premissas, aprendi lições valiosas sobre como está meu serviço a Deus e, naturalmente, se aplicam para você também. Preste atenção!

O fundamento do ministério é o caráter cristão. “Portanto, vocês já não são estrangeiros nem forasteiros, mas concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, tendo Jesus Cristo como pedra angular, no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor” (Efésios 2:19-21).

A natureza do ministério é o serviço abnegado. “Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: "Quem enviarei? Quem irá por nós? " E eu respondi: "Eis-me aqui. Envia-me!” (Is 6:8).

A motivação do ministério é o amor a Deus e ao próximo. “Respondeu Jesus: " ‘Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: ‘Ame o seu próximo como a si mesmo’. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas” (Mt 22:37-40).

A medida do ministério, ou serviço cristão, é o sacrifício. “À medida que se aproximam dele, a pedra viva — rejeitada pelos homens, mas escolhida por Deus e preciosa para ele — vocês também estão sendo utilizados como pedras vivas na edificação de uma casa espiritual para serem sacerdócio santo, oferecendo sacrifícios espirituais aceitáveis a Deus, por meio de Jesus Cristo” (1Pe 2:4-5).

A autoridade do ministério é a submissão. “[...] Sejam todos humildes uns para com os outros, porque "Deus se opõe aos orgulhosos, mas concede graça aos humildes". Portanto, humilhem-se debaixo da poderosa mão de Deus, para que ele os exalte no tempo devido” (1Pe 5:5-6).

O propósito do ministério é a glória de Deus. “E a terra se encherá do conhecimento da glória do Senhor, como as águas enchem o mar” (Hc 2:14).

As ferramentas do ministério são: oração e palavra de Deus (Bíblia).Orem continuamente” (1Ts 5:17). “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade” (2Tm 2:15).

O privilégio do ministério é o crescimento quantitativo precedido pelo crescimento qualitativo ou maturidade cristã. “E contou-lhes outra parábola: "O Reino dos céus é como um grão de mostarda que um homem plantou em seu campo. Embora seja a menor dentre todas as sementes, quando cresce torna-se a maior das hortaliças e se transforma numa árvore, de modo que as aves do céu vêm fazer os seus ninhos em seus ramos” (Mt 13:31-32).

O poder do serviço cristão provém do Espírito Santo. “Esta é a palavra do Senhor para Zorobabel: ‘Não por força nem por violência, mas pelo meu Espírito’, diz o Senhor dos Exércitos” (Zc 4:6).

O modelo de ministério maior é Jesus Cristo. “Eu lhes dei o exemplo, para que vocês façam como lhes fiz” (Jo 13:15).

À luz destes princípios e textos bíblicos, reflita: como está o seu serviço cristão? Mas, aja: faça estratégias e procure oportunidades para você servir o Senhor com alegria e inteireza de corpo e alma!

domingo, 29 de abril de 2012

O sequestro da lamentação

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Para começar, uma banda e uma música empolgante. Em seguida, uma moça bastante simpática pega o microfone e se dirige para o povo, dizendo: “Chegou o seu dia! Você é mais que vencedor! Todas as bênçãos que você determinar vão acontecer! Onde você colocar suas mãos prosperará! Você é filho do Rei! Você é filha do Rei! Nada pode abalar vocês! Nada pode derrubá-los! Chegou a hora da conquista! Alegrem-se! É tempo de restituição!”. E depois de um solo frenético de guitarra, ouve-se apenas um grito: “Sai do chãããão!”. Então, todos de uma só vez começam a pular e num só coro cantam clichês de conquista, de vitória, de restituição e por aí vai. Nesses cultos não há tempo nem espaço para a confissão de nossas mazelas ou de nossos dilemas. Só há tempo e espaço para a afirmação de nossas aparentes virtudes e certezas. Realmente sequestramos a lamentação de nossos cultos.

E por quê? Por um motivo bastante óbvio: medo. A lamentação é aterrorizante, causa pavor. Ela desestabiliza nossos pressupostos teológicos, nos humilha, nos constrange, afinal nos obriga a dizer o que realmente estamos sentindo e pensando. A lamentação incomoda muito, machuca o ego, põe em xeque a nossa inteligência e assusta o outro, uma vez que desestabiliza também as crenças dos que ouvem o lamento. A lamentação é a exposição das víceras que inultilmente tentamos esconder. Ela é suja, vem carregada de dúvidas, de questões pertubadoras, e, como somos demasiado assépticos, sempre tentamos nos livrar dela.

Como se não bastasse, além de ser terrível e suja, a lamentação também é bíblica. As Escrituras estão repletas de lamentações e de salmos de lamentações. A Bíblia tem um livro que se chama “Lamentações”! O que isso significa? Que não dá para matar e enterrar a lamentação de uma vez por todas. Ela sobrevive a todas as nossas artimanhas triunfalistas, assépticas e pseudoteológicas.

A lamentação é o contrário de uma oração “bonitinha”, politicamente correta. Ela é feia, melancólica, questionadora e às vezes chega a ser quase petulante. Mas não confunda lamentação com murmuração! A murmuração é uma oração vil, sempre presente na boca de um incrédulo, de um descrente. A murmuração é a afirmação de uma fé que se perdeu; por isso não passa de verborragia agressiva, apóstata e irremediavelmente revoltada contra a vontade soberana de Deus. Na murmuração, não há amor nem fé, só ressentimento, ódio de Deus, ofensa barata e comparações gratuitas (Ex 15.24; 16.3).

É bem verdade que a lamentação é uma oração feia, mas, diferente da murmuração, não é vil. Quer saber onde ela está? Procure-a apenas na boca de um crente que ama a Deus sobre todas as coisas. A lamentação jamais poderia estar na boca de alguém que perdeu a fé. Por outro lado, ela é sempre a confissão de alguém que, embora continue crendo e amando a Deus, tem um dilema que não pode mais ser escondido, nem jogado para debaixo do tapete. Lamentação, portanto, é coisa de crente e não de incrédulo; é coisa de gente piedosa, mas também de gente humana demasiadamente humana.

Jesus lamentou. No momento mais doloroso, mais humilhante e vexatório de sua vida, ele não lembrou de Deuteronômio 28, mas de um cântico de lamentação, escrito por Davi, em Salmo 22, que começa assim: “Deus meu! Deus meu! Por que me abandonaste?” (Mc 15.34). Note que nem Jesus nem Davi começam suas lamentações assim, de chofre: “Por que me abandonaste?”. Veja, antes de colocar para fora o dilema que perturba e constrange, eles dizem “Deus meu! Deus meu!”, e isso faz toda a diferença. Eles não se tornaram ateus, nem perderam a fé! As lamentações de Davi e de Jesus são totalmente construídas num contexto de amor e fé. Aquele que pergunta pelo abandono de Deus primeiro confessa que Deus é o seu Deus! Não se começa reclamando, questionando ou blasfemando. A lamentação começa com amor e adoração, com o reconhecimento da grandeza de Deus. O fato é que ela passa da adoração ao dilema, e é o dilema que a gente não suporta.

Lembro-me de uma senhora que, ao voltar da igreja para a sua casa, encontrou na sargeta seu filho baleado da cabeça aos pés. Na época, ela me procurou aos prantos e disse coisas que me perturbaram muito. Não esqueço do momento em que ela disse com gritos e lágrimas: “Meu Deus, onde estava o Senhor? Por que meu filho morreu assim? Se pudesse te ver, Senhor, te daria um soco na cara!”. Isso era insurportável de ouvir. Confesso que fiquei constrangido, minha vontade era dizer: “Calma! Não fale isso! Não blasfeme!”, porém algo mais forte do que minha assepsia me fez apenas abraça-la. Mas ela rejeitou o meu abraço e continuou vociferando contra Deus. Fiquei assustado, sem saber o que fazer, mas não demorou muito e aquela mulher exauriu-se, perdeu as forças nas pernas e caiu de joelhos. Depois de um pequeno instante silencioso, ouvi sua oração terminar assim: “Meu Deus, me perdoa! Por que falei assim com o Senhor? Te amo mais do que tudo nessa vida! Foi o Senhor que me deu esse filho e é para o Senhor que ele voltou! Louvado seja o teu nome!”.

Deus nos deu a lamentação para nos livrar da incredulidade e do cinismo. Nenhuma pergunta, por mais constrangedora e perturbadora que seja, seria capaz de assustar ou magoar a Deus, que, como disse Agostinho, “conhece os abismos da consciência humana”. Fique tranquilo, Deus não se escandaliza com nossos dilemas. Sinceramente, não há nada que você possa dizer para ele que cause nele espanto. Agora, o nosso próximo e o próximo de nosso próximo, que somos nós mesmos, não suportam a confissão do dilema. Por quê? Medo. Medo de blasfemar, medo de perder a fé, medo de parecer com um incrédulo, medo de não ser compreendido, medo, medo, medo…

Afinal, de onde vem tanto medo? Certamente não vem de Deus. O Deus da cruz não sequestrou a lamentação. Pelo contrário, foi ele quem nos deu a lamentação. Mas o que fizemos com ela? Sequestramos, e o pior de tudo é que não estamos interessados em seu resgate. Não queremos sua liberdade. Na verdade, se pudéssemos mataríamos e enterraríamos nossos lamentos de uma vez por todas. Mas isso é impossível. Um lamento nunca morre. Sua existência está intimamente ligada às razões do coração, e nenhum homem ou mulher, anjo ou demônio, por mais poderosos que sejam, podem destruir o coração e suas razões. É verdade, sequestramos a lamentação. Não ouvimos mais o seu canto nem o seu tom melancólico em nossa liturgia, mas ela ainda está aqui, bem viva dentro de nós, em nossos dilemas. Até quando, meu Deus, manteremos nosso lamento aprisionado no cativeiro de nossos medos?

Por Jonas Madueira. Extraído de:

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Vivendo por e para Deus

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Meu nome é Bernard Larski Neto, nasci no dia 31 de abril de 1984, prematuro de 7 meses e meio. O parto foi por meio de fórceps o que ocasionou sofrimento fetal, anoxia, edema cerebral e fratura na clavícula direita. Os médicos me deram 72 horas de vida.

Fiquei na incubadora por um mês, e depois disso, iniciei a maratona de tratamentos. Com isso, minha mãe abriu mão de seu trabalho para cuidar integralmente da minha recuperação.
Minha infância, adolescência foi comprometida em função dos tratamentos e cirurgias corretivas, pelas quais tive que passar, ao total foram sete.

Aos dez anos de idade conheci Jesus, e aos 12 anos, meu coração começou arder por missões, pois gosto de falar da palavra, aconselhar e orar pelas pessoas.

Cursei até o segundo grau. Infelizmente, não consigo trabalhar, pela limitação na coordenação motora, necessitando de auxílio para locomoção. Também não posso receber benefício do INSS porque não me enquadro em alguns requisitos da legislação.

Há um ano e meio fui convidado pela minha amiga de escola, Jaqueline Alexandre, conhecida como Adoradora, para participar do Ministério com Especiais – grupo Rodando para o Alvo, voltado ministério com cadeirantes -, no qual ainda participo.

E com isso, ouvindo o pastor Adoniran Melo pregar a respeito de suas viagens missionárias, expressei a ele o desejo de também ser missionário, e o sonho de realizar ao menos uma viagem missionária. Na época, devido as minhas limitações cheguei a pensar que não fosse possível. Então, pela graça de Deus, fui abençoado pelo Ministério com Especiais com uma bolsa de estudo no CFM (Centro de Formação Ministerial), com ênfase em missões.

No CFM há aulas teóricas e práticas, e no início do ano de 2012, o Senhor Jesus me presenteou, colocando pessoas para me abençoarem financeiramente e fisicamente. Assim, eu pude realizar sonhos pessoal e ministerial, a primeira viagem missionária, indo para o Uruguai. Essa experiência foi uma prova da fidelidade de Deus, conforme está escrito em Romanos 8.28: “Sabemos que todas as coisas contribuem justamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.”

Que toda honra e glória seja dada ao Senhor Jesus Cristo!
Testemunho de Bernard L. Neto publicado na Revista PIB.

terça-feira, 17 de abril de 2012

O discipulado "fast-food"

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Jesus respondeu: Está escrito: Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que procede da boca de Deus’” (Mt 4.4).

Vivemos na época da alimentação espiritual fast food. Não temos tempo para uma alimentação saudável. A correria cotidiana nos rouba tempo, descanso e o cultivo dos relacionamentos. Esperamos que técnicas e modelos fechados de discipulado e ensino bíblico resolvam o anseio por respostas às dúvidas e maturidade espiritual.

Alguns programas de "discipulado" foram diluídos a um método raso, simplista e superficial para atender a necessidade fast food das pessoas. E pior, esses que utilizam os fast foods espirituais não sabem a diferença que existe do alimento sólido, consistente e nutritivo. Por vezes, o ensino sólido, duradouro e saudável é trocado por algo sem substância, momentâneo e superficial. Em outras palavras, preferimos encher a barriga à alimentar-se espiritualmente de modo saudável.

Para desenvolvermos uma alimentação saudável é necessário um compromisso com a saúde espiritual, uma autoavaliação sincera, adaptação de rotinas e reorganização das prioridades da vida. Nem sempre é fácil sair da mesmice espiritual cotidiana, quase mórbida para alguns, para uma disciplina saudável que proporcionará bênçãos duradouras.

Cabe a cada um perguntar: como me encaixo no verdadeiro discipulado de Jesus nos dias hoje?. Ao contrário da filosofia da sociedade "fast-food" e do engano de muitas pessoas do que é o discipulado cristão, encontramos as palavras de Jesus: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas quem perder a sua vida por amor de mim e do Evangelho, salva-la-á (Mc 8.34,35). Discipulado consiste numa caminhada árdua de transformação continua com Cristo para aqueles que foram iluminados pela graça e constrangidos pelo amor de Deus, por meio da negação do egocentrismo e da apropriação das palavras de Jesus. É um processo de amadurecimento constante que exige de nossa parte dedicação a Deus.

Portanto, quando você estiver diante de algum fast-food lembre-se que o conceito do discipulado (ou aprendizado com Jesus) maduro, mais profundo e não fechado é amplo (Mt 28.19; At 20.27; 1Tm 4.13; Hb 12.4-11); não acontece de um dia para o outro, mas é um processo constante e gradativo de transformação na vida daqueles que seguem a Cristo através da obra do Espírito Santo em seus corações (Rm 8.29; 1Ts 5.23); requer certo esforço e santidade de nós (Rm 12.12; 1Pe 1.14,15); e, finalmente, envolve o compartilhamento do amor e perdão que recebemos (Mt 25.40; 1Jo 3.14,16; 1Jo 4.7,8). 

Por favor, para seu próprio bem, não troque a alimentação espiritual nutritiva de Jesus por um fast-food


domingo, 15 de abril de 2012

Devo ou não mudar de igreja local ou ministério?

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“Que direito você teria para mudar de igreja?”. Ainda me lembro de ouvir essa questão sendo perguntada pelo meu professor de eclesiologia do seminário. É uma boa pergunta, uma que nos beneficiaria responder. E como Kevin DeYoung recentemente falou em seu blog, há um mandato bíblico e há razões práticas para se comprometer com a membresia de uma igreja local. Tendo firmado esse compromisso, sair dele não deve ser feito de qualquer forma. Claro que existem, sim, razões para deixar uma igreja local. Mas quais são elas? Tenho pensado sobre isso nos últimos dez anos e aqui está a minha tentativa de responder essa pergunta:

Boas razões para se mudar – Os quatro P’s 
1. Mudança Providencial – se o meu trabalho, família ou vida me fez sair do Rio de Janeiro para morar em Niterói e eu provavelmente deveria procurar uma nova igreja local em Niterói, quanto mais se eu me mudasse de Porto Alegre para Recife. É bom e correto pertencer a uma igreja local em compromisso com irmãos e irmãs em minha própria “vizinhança”.

2. Plantação de uma nova igreja – Talvez eu não tenha mudado de cidade, mas talvez a igreja a qual eu pertenço decidiu me enviar junto com outros para plantar uma nova igreja em determinada área. Note porém que eu estou sendo enviado pela minha igreja, não saindo com um grupo porque estou insatisfeito ou acho que é melhor para nós.

3. A Pureza se perdeu – Isso pode ocorrer de várias formas, mas normalmente acontece quando a Palavra não é mais pregada. Pode ser o ensino de heresias, a falta de leitura ou pregação da Bíblia ou alguma manifestação mais proeminente do pensamento moderno de que a Palavra não é mais vista como suficiente; é usada como um tempero para a mensagem da semana ao invés da dieta pela qual a congregação é alimentada e suprida. Entretanto, devemos tomar cuidado aqui; a paciência deve sempre ser exercitada e eu devo sempre sondar meu coração para saber se não estou “fazendo tempestade em copo d’água”.

4. A Paz da igreja está ameaça pela minha presença – É difícil sugerir essa “razão” por medo de que abusem dela, por ser a “razão” mais subjetiva. Porém, há casos em que um indivíduo ou uma família podem se tornar um estorvo para o ministério da igreja local, e o melhor é que o indivíduo/ a família se mudem. Se essa é a razão que me faz pensar em mudar de igreja, então preciso refletir e discernir se é por causa de pecados que eu mesmo tenho cometido. Se esse for o caso, então preciso me arrepender prontamente, ao invés de querer me mudar. Essa “razão” deve sempre ser pensada com muito cuidado.

Possíveis razões para se mudar – Os três E’s 
1. Esposa - Uma esposa (ou esposo) não crente ou que não freqüenta a igreja não deseja fazer parte dessa igreja, mas tem vontade de freqüentar uma outra com você.

2. Necessidades Especiais – Toda família tem necessidades especiais, então isso deve ser pensado com cuidado. Um exemplo é uma família que tem um filho deficiente e uma outra igreja local tem um grande ministério com deficientes que pode nos ajudar.

3. Dons Especiais – Alguma outra igreja local da área talvez tenha pedido que você use seus dons e talentos especiais em seus cultos para edificação do corpo (tocador de órgão, por exemplo). Nunca decida sobre isso sozinho. Se essa é uma razão que te faz pensar em mudar de igreja, facilmente você pensará muito bem de si mesmo e correrá para a grama mais verde. Isso é algo que sempre deve ser levado à liderança da sua igreja atual e pensado em conjunto.

Razões comuns que são insuficientes 
1. Ministério Infantil – O ministério infantil da outra igreja é melhor. Isso não deve ser a razão para se mudar de igreja. Deve ser uma oportunidade para você se envolver no ministério infantil da sua igreja.

2. Tendência – Muitas pessoas irão para qualquer igreja da cidade que estiver “na moda”. O argumento será que o Espírito está trabalhando lá e que queremos ser parte disso. Mas tendências vem e vão. Assim como as pessoas que as seguem.

3. Grupo Jovem – A infelicidade de nossos adolescentes com o Grupo Jovem por falta de atividades ou dos outros jovens e etc. não deve ser uma razão para deixar a igreja com a qual estamos compromissados. Eu sei que esse tópico é controverso. Acredite, eu sei como é isso, por ser pai e por ter sido pastor de jovens. Os nossos filhos não são os responsáveis espirituais de nossos lares. Eles não devem escolher a igreja que freqüentamos por causa de seu status social ou círculo de amizades.

4. A igreja mudou – Igrejas sempre mudam. A não ser que as mudanças sejam anti-bíblicas, não temos porquê sair por causa disso. Nós não partimos quando nossa esposa ou marido muda! Ainda assim, somos muito rápidos para fazer isso com a igreja com a qual nos comprometemos.

5. Novo pastor – Um novo pastor não é razão suficiente para mudar de igreja. Não importa o quão rígido, impessoal, sem graça e etc. ele seja. Essa lista não tem fim. Não importa nem se ele não é o melhor dos pregadores. Ele é o homem que Deus chamou para essa igreja para esses tempos. E essa é a sua igreja. Novamente: se ele não é anti-bíblico, por que mudar? Você não se comprometeu com um homem, mas com um corpo.

6. Não estou sendo ministrado – Eu digo para todos da nossa classe de novos membros: “Se todos nós entrássemos na igreja toda semana e tivéssemos uma lista de pessoas que tentaremos ‘tocar’, encorajar ou ministrar, você imagina o quanto nossa igreja seria dinâmica? Isso apenas nas manhãs de Domingo. Imagina se fosse durante toda a semana”. Imagine se todos nós estivéssemos preocupados com os outros e fôssemos à igreja todos os Domingos com isso em mente ao invés de “Por que ele não falou comigo?”, “Por que ninguém se importa comigo?” ou “Por que ninguém está ministrando na minha vida?”. Comece a ministrar na vida dos outros e você verá que também está sendo ministrado.

7 . Música – Não é razão – seja ela lenta, rápida, tradicional, contemporânea, salmos, hinos ou músicas novas. Pare de usar isso como desculpa!

8. Existem várias outras… Nem falei sobre “o culto começa muito cedo”, “o café é horrível” ou “o pastor não sabe como descascar milho”. Sim… Todas essas são frases verídicas que eu já ouvi.

Texto da autoria de Jason Halopoulos e traduzido por Filipe Schulz | iPródigo.com
http://iprodigo.com/traducoes/boas-razoes-para-se-mudar.html