sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Impostores Expositivos

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Mark Dever corretamente descreve a Pregação Expositiva como “pregação que toma como o assunto do sermão o assunto de uma passagem particular da Escritura”. Entretanto, tenho ouvido muitos sermões que tentam ser expositivos, mas falham de alguma forma. Abaixo estão sete armadilhas que alguém pode  evitar. Cada uma dessas armadilhas ou não faz da mensagem da passagem a mensagem do sermão, ou, no final das contas, não a faz uma mensagem para a congregação.
1) O assunto da passagem é mal-entendido: o “Sermão sem Fundamento”. Este é o caso em que o pregador diz coisas que podem ou não serem verdadeiras, mas que, de nenhuma forma, vieram da passagem, quando ela é entendida corretamente. Isso pode acontecer tanto por falta de cuidado com o conteúdo do texto (por exemplo, “produção, motivação e inspiração”, tirado de 1 Tessalonicenses 1.3, versão NIV; embora nenhuma palavra tenha paralelo no grego), quanto por falta de cuidado com ocontexto (por exemplo, o sermão em Davi e Golias, que pergunta “quem é seu Golias, e quais são as cinco pedras que você precisa preparar para usar contra ele?”).
Se o pregador não está extraindo profundamente da Palavra de Deus para guiar a mensagem de seus sermões, eles estão possivelmente sendo dirigidos pelas próprias preferências do pregador. Pois, “quando alguém regularmente prega de uma forma que não é expositiva, os sermões tendem a ser somente sobre assuntos que interessam ao pregador” (Nove Marcas). Portanto, a congregação não recebe tudo o que Deus pretendia. A lição? Pregadores devem se entregar ao entendimento absoluto do texto antes de sentar para escrever seus sermões. Uma leitura casual não é o bastante. Os pregadores devem permitir que Deus determine a dieta do rebanho como prevenção contra uma alimentação insuficiente.
2) O assunto da passagem é ignorado: o “Sermão Trampolim”. Bastante parecido é o sermão em que o pregador entendeu o centro do texto, concorda superficialmente com ele , e então fica intrigado com algo que é um ponto secundário ou terciário, fixando sua atenção nisso pelo resto do sermão. O que ele diz vem do texto, mas não é o assunto principal do texto (por exemplo, o sermão em João 3 que enfoca primeiramente a permissão de cristãos beberem álcool).
3) O assunto da passagem não é aplicado: o “Sermão Exegético”. Algumas pregações que se dizem expositivas são rejeitadas como chatas e irrelevantes… e com justiça! O ouvinte poderia muito bem ler um comentário exegético. Tudo que é dito é fiel à passagem, mas não é realmente um sermão; é meramente uma leitura técnica da passagem. Pode-se aprender muito sobre o uso paulino do Genitivo Absoluto, mas pouco sobre a pessoa de Deus ou a natureza do coração humano. Não há aplicação pra nada a não ser às mentes da congregação. A verdadeira pregação expositiva certamente deve informar primeiro a mente, mas também aquecer o coração e constranger a vontade.
4) O assunto da passagem é aplicado a uma congregação diferente: o “Sermão Irrelevante”. Muitas pregações promovem orgulho na congregação por jogarem pedras nos tetos de vidro de outras pessoas. Ou o ponto da passagem é aplicado apenas aos incrédulos, sugerindo que a Palavra não tem nada a dizer para a igreja, ou é aplicada aos problemas que raramente são vistos na congregação onde se prega. Assim, a congregação se torna orgulhosa, e como os fariseus na parábola de Jesus, acabam agradecidos por não serem como os outros. A resposta não é arrependimento e fé, mas “se a Sra. Brown ouvisse esse sermão!” ou “esse sermão realmente deveria ser pregado na Enésima Igreja Batista de Smorgsville, Pensilvânia!”.
5) O assunto da passagem é mal aplicado à congregação atual: o “Sermão Inadaptado”. Algumas vezes, a distância hermenêutica entre a passagem original e a congregação atual pode ser mal compreendida, de forma que a aplicação do contexto original é transferida de maneira errada ao contexto atual. Assim, se o pregador não tem uma teologia bíblica correta do culto, passagens sobre o Templo no Antigo Testamento podem ser aplicadas erroneamente sobre o prédio da igreja no Novo Testamento, ao invés de estarem cumpridas em Cristo e em seu povo.
6) O assunto da passagem é separado de seu impacto geral: o “Sermão Doutrinário”. Deus deliberadamente falou a nós “de muitas e diversas maneiras”. Muitos sermões ignoram o gênero de uma passagem, e pregam narrativa, poesia, epístola ou apocalíptica – todos como se fossem uma série de afirmações proposicionais. Embora toda pregação deva transmitir verdades proposicionais, elas não deveriam ser reduzidas a isto. O contexto literário das passagens deveriam significar que um sermão de Cântico dos Cânticos soa diferente de um a partir de Efésios 5. As passagens podem ter o mesmo ponto central, mas é transmitido de uma forma diferente. Esta diversidade não deve ser perdida na pregação.
7) O assunto da passagem é pregado sem referência à passagem: o “Sermão Atalho”. Outro sermão pode ter até uma aplicação apropriada à mente, coração e vontade, ainda que a congregação fique sem saber como isso foi apropriadamente aplicado a partir do texto. Oposto do sermão exegético, esse tipo de pregação não mostra nenhum “trabalho” exegético, afinal. Embora o Senhor tenha apresentado seus objetivos em sua Palavra, apenas o pregador está totalmente ciente desse fato. A congregação pode muito bem acabar dizendo “que sermão maravilhoso” ao invés de “que passagem maravilhosa da Escritura”.
Pregação expositiva é tão importante para a saúde da igreja porque permite que o conselho inteiro de Deus seja aplicado à igreja inteira de Deus. Que o Senhor equipe os pregadores de Sua Palavra de forma que Sua voz possa ser ouvida e obedecida.
Texto de Mike Gilbart-Smith, Traduzido por Josaías Jr, via: iPródigo

7 marcas de um coração reto diante de Deus

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1) Um coração reto é um NOVO coração (Ezequiel 36.26). Não é o coração com que a pessoa nasce, mas um coração recebido pelo Espírito Santo. É um coração que possui novos sentimentos, novas alegrias, novas tristezas, novos desejos, novas esperanças, novos medos, novos gostos e novos desgostos. Ele possui novos pontos de vista sobre a alma, o pecado, a salvação de Deus, Cristo, a Bíblia, a oração, o céu, o inferno, o mundo e a santidade. É como uma fazenda com um novo e bom inquilino. “As coisas velhas se passaram. Eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5.17)
2) Um coração reto é um coração QUEBRANTADO e CONTRITO (Salmo 51.17). Ele está distante do orgulho, vaidade e auto-justificação. Seus antigos pensamentos elevados sobre si mesmo estão rachados, quebrados, e despedaçado em átomos. Ele se julga como culpado, indigno e corrupto. Sua antiga teimosia, inércia e insensibilidade foi destruída, desapareceu, e faleceu. Ele não faz mais pouco caso de ofender a Deus. É leve, sensível e invejavelmente temeroso de correr para o pecado (2 Reis 22:19). É humilde, simples e não vê em si coisa boa.
3) Um coração reto é um coração que CRÊ somente em Cristo como a sua salvação, e em que Cristo habita pela fé (Romanos 10.10; Efésios 3.17). Coloca todas as suas esperanças de perdão e vida eterna na expiação, mediação e intercessão de Cristo. É aspergido pelo sangue de Cristo para ser purificado da consciência culpada (Hebreus 10.22). Assim como a bússola aponta para o norte, este coração se volta para Cristo. Ele procura em Cristo a paz diária, a misericórdia e a graça, assim como o gira-sol olha para o sol. Encontra em Cristo seu sustento diário, assim como Israel foi alimentado com o maná no deserto. Ele vê em Cristo uma aptidão especial para suprir todas as suas necessidades e exigências. Ele se inclina sobre ele, paira sobre ele, constrói sobre ele, para se unir à ele, como médico, tutor, marido e amigo.
4) Um coração reto é um coração PURIFICADO (Atos 15.9; Mateus 5.8). Ele ama a santidade, e odeia o pecado. Ele se esforça diariamente para se purificar de toda a imundícia na carne e do espírito (2 Cor. 7:1). Ele abomina o que é mau, e se une ao que é bom. Ele se deleita na lei de Deus, e possui a lei gravada nele, para não esquecê-la (Salmos 119.11). Ele anseia obedecer a lei sempre mais, e tem prazer naqueles que amam a lei. Ele ama a Deus e as pessoas. Suas afeições são pelas coisas do alto. Ele nunca se sente tão leve e feliz como quando é mais santo, e aguarda com expectativa o céu com alegria, como o lugar onde a santidade perfeita será finalmente alcançada.
5) Um coração reto é um coração que ORA. Ele tem dentro de si “o Espírito de adoção pelo qual clamamos: Aba, Pai“(Romanos 8.15). Seu sentimento diário é “Seu rosto, Senhor, buscarei“(Salmo 27.8). É atraído por uma inclinação habitual de falar com Deus sobre coisas espirituais – de forma fraca, muito fraca, e talvez imperfeita – mas é preciso falar. Ele considera necessário derramar-se diante de Deus, como diante de um amigo, e apresentar diante dele todas as suas necessidades e desejos. Diz-lhe todos os seus segredos. Não esconde nada. Tentar persuadir uma pessoa a viver sem respirar é como convencer o dono de um coração reto a viver sem orar.
6) Um coração reto é um coração que sente CONFLITOS dentro dele (Gálatas 5.17). Ele encontra dentro de si dois princípios opostos disputando o domínio – a carne contra o Espírito, e o Espírito contra a carne. Ele sabe por experiência o que Paulo quer dizer quando diz: “Eu vejo uma lei nos meus membros guerreando contra a lei da minha mente“(Romanos 7.23). O coração enganado não conhece nada desta luta. O homem forte mantém o coração enganado como seu palácio e seus bens estão em paz (Lucas 11.21). Mas quando o rei legítimo toma posse do coração, começa uma luta que nunca termina até a morte. O coração reto pode ser conhecido por sua luta, tanto quanto pela sua paz.
7) Um coração reto é HONESTO, NÃO DIVIDIDO, e VERDADEIRO (Lucas 8.15; 1 Crônicas 12.33; Hebreus 10.22). Não há nada de falsidade, hipocrisia, ou fingimento nele. Não é duplo ou dividido. É realmente o que professa ser, sente o que professa sentir, e crê no que professa crer. Sua fé pode ser fraca. Sua obediência pode ser muito imperfeita. Mas uma coisa sempre vai distinguir o coração reto. Sua religião é real, verdadeira, profunda e sincera.
Resumindo: um coração como o que foi descrito sempre foi possuído pelos verdadeiros cristãos de todo o nome, nação, povo e língua. Eles diferem um do outro em muitos assuntos, mas todos eles possuem esse coração reto. Alguns deles caíram, por um tempo, assim como Davi e Pedro, mas o seu coração nunca se afastou inteiramente do Senhor. Eles muitas vezes mostraram ser homens e mulheres carregados de enfermidades, mas seu coração foi reto aos olhos de Deus. Eles compreenderam um ao outro na terra. Eles descobriram que sua experiência foi em toda parte única, e a mesma. Eles vão entender um ao outro ainda melhor no mundo que há vir. Todos os que tiveram um coração reto sobre a terra, irão descobrir que eles têm um mesmo coração, quando entrarem no céu.
Texto de J.C. Ryle. Traduzido e cedido por Ana Carolina Selvati via: iPródigo.com 

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

9 razões porque devemos conhecer a Deus

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O famoso escritor A. W. Tozer escreveu um livro falando que a coisa mais importante a seu respeito é aquilo que você sabe a respeito de Deus, seu conhecimento de Deus. Eu quero lhes dar várias razões de por que isso é verdade.
1. Ideias têm consequências e as ideias que você tem as respeito de Deus são as que têm maiores consequências.
Por sinal, “Ideias têm consequências” é um titulo de um famoso livro que fala sobre as ideias de Adolf Hitler e as consequências delas. Essas ideias e as consequências delas foram milhares de pessoas assassinadas. Karl Marx teve uma ideia e as suas ideias também levaram  ao assassinato em massa de milhões de pessoas. Muitas pessoas tiveram uma ideia chamada aborto e é uma vergonha dizer que nos EUA foram assassinados 50 milhões de crianças na década de 70. Não acredito que preciso convencê-los que ideias têm consequências. E se Deus é a maior ideia que alguém jamais pode ter, então Deus é a ideia que terá mais consequências que qualquer outra ideia que você possa ter. Então, o que você pensa a respeito de Deus é a coisa mais importante que você pode pensar a respeito de si mesmo.
2. Não podemos ser como Deus a não ser que saibamos como Deus é
A Bíblia nos diz que devemos ser como Deus. Aliás, esse é o subtema desta conferencia: “sejam santos, porque eu sou o Senhor, o Deus de vocês” (Levítico 20:7), Jesus é perfeito, como o Pai dele nos céus é perfeito e assim nós devemos ser (Mateus 5:48). Devemos ser como Deus e se não soubermos como Ele é, isso não será possível.
3. Não podemos conhecer o Deus verdadeiro a não ser que conheçamos a verdade a respeito de Deus.
Jesus disse “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e que devemos adorar em espírito e em verdade, mas você não pode adorar ao Deus verdadeiro se você não conhecer a verdade a respeito de Deus. Aliás, quando Jesus disse que devemos adorar em verdade, Ele está dizendo que a não ser que digamos a verdade a respeito de Deus, não o adoramos verdadeiramente. Nós não podemos honrar e adorar a Deus dizendo coisas falsas as respeito dele. Se você diz coisas falsas a respeito de sua mãe, você não está honrando sua mãe. O mesmo com Deus.
4. Não podemos reconhecer falsos deuses a não ser que conheçamos o Deus verdadeiro
Você não conhece algo falsificado a não ser que conheça o verdadeiro e original. Na verdade, alguns especialistas na área de falsificação me disseram que eles não gastam tempo estudando as coisas falsas, mas as notas verdadeiras de dinheiro. Eles se tornam conhecedores profundos daquilo que é real, porque se eles não forem especialistas no genuíno não reconhecerão o falso. As pessoas dizem “eu creio em Deus”, e eu pergunto “em qual Deus você crê?”, porque nem todos os deuses são verdadeiros. E nós não conheceremos o Deus verdadeiro se não reconhecemos a verdade a respeito dEle e nós não reconhecemos os falsos deuses se não reconhecermos o Deus da escritura.
5. Todos os falsos deuses são ídolo e eles podem ser tanto de metal como da mente
A maioria das pessoas consegue reconhecer um deus de metal, mas às vezes não conseguimos reconhecer um falso deus mental. A bíblia diz que não devemos ter nenhum outro Deus diante dEle.
6. Temos uma tendência de nos tornar como aquilo que adoramos
Quando estava no ensino médio, eu praticava basquete, beisebol e corridas e para isso, eu precisava de um modelo. Você precisa de uma pessoa que você usará para modelar a sua vida conforme aquele modelo.  E se você observa as pessoas descobrirá que elas têm uma tendência para imitar os artistas e as estrelas que elas gostariam de ser; ou seja, elas têm uma tendência de se tornar como seu modelo. Ora, Deus é o mais alto modelo do universo, então temos que modelar nossas vidas de acordo com Ele. É isso que queremos dizer sobre “piedoso”, que é ser “como Deus”. Esse é um fato psicológico, tendemos a nos semelhar a nossos modelos. Então, se modelarmos nossa vida em Deus, seremos formados a imagem dEle.
7. Não podemos nos conhecer verdadeiramente a não ser que conheçamos verdadeiramente a Deus
Sócrates disse “conhece-te a ti mesmo”, o cristianismo diz “conheça a Deus”. Então, se, de fato, você quer se conhecer, não precisa ir atrás de um psicólogo, por que eles o apontarão a direção errada. Eles falarão para olhar para dentro de si e para o passado. Mas a única maneira de conhecer a si mesmo é olhar para cima. Por que isso? Por que a melhor maneira de entender uma cópia é estudar o original. Nós todos já olhamos para cópias ilegíveis. O que fazemos? Pegamos o original e tentamos encontrar a resposta. Nós somos cópias de Deus, criados a sua imagem e semelhança. Se você quer saber quem você é, olhe para o original. Se você quer saber quem você é, olhe para Aquele que o fez a Sua imagem.
8.  Se não vivermos de acordo com o que está acima de nós, o que está abaixo de nós sugará o que somos pra baixo.
É por isso que Paulo disse “pensai nas coisas lá do alto” (Colossenses 3:2), e disse em Filipenses 3 que ele corre para o alvo, que é Cristo (Filipenses 3:14). Eu tenho 6 filhos e enquanto eles cresciam queríamos que eles tivessem um bom modelo em suas vidas, queríamos que eles mirassem alto. Então, sempre que eles sentavam-se à mesa para comer, havia a foto de uma moça com uma maçã sobre a cabeça em nossa parede, com uma flecha na testa da moça e havia uma frase “para ter sucesso, mire mais alto”. A maioria de nós não mira alto na vida. Olhamos para outra pessoa e dizemos “quero ser como ela”, mas elas são pessoas caídas e pecadoras como nós e em algum momento irão desapontá-lo, como tudo neste mundo. Só existe uma pessoa que jamais irá desapontá-lo e é Deus! Se você quer ser como Ele, olhe para Deus; se você não quer que o que está abaixo de você o puxe, olhe para o que está acima.
Quando me tornei cristão, 62 anos atrás, eu aprendi minha primeira lição: “que a vida cristã não é difícil, mas é impossível de ser vivida na própria força”. Se não posso viver na minha própria força, posso viver a através de Cristo que me fortalece (Filipenses 4:13).
9. Um compromisso que é menos do que um compromisso final não irá satisfazê-lo completamente
Paul Tillich, um teólogo liberal, dizia que um compromisso real é um compromisso final. Mas este último compromisso tem que ser um compromisso com aquilo que é de fato final.
Meu livro favorito do Antigo Testamento é o Eclesiastes. No capitulo um, Salomão nos diz que ele provou de tudo debaixo do céu para satisfazer a si mesmo. Ele tentou mulheres, vinho, impiedade, trabalho, riqueza. Ele tinha tudo que podia ter, mas não tinha razão para viver. As únicas pessoas que acham que a riqueza pode trazer felicidade são os pobres, porque quem as tem sabem que as riquezas não trazem satisfação. O fato é o seguinte: o desejo interior que nós temos pelo infinito jamais será satisfeito pelo que é finito. O desejo pelo que é eterno jamais será satisfeito pelo temporal. Esse espaço no coração do homem que é do tamanho de Deus só pode ser preenchido por Deus. Existem formas básicas pelos quais os homens tem buscado satisfação e uma delas é o materialismo. Ele diz que a felicidade está no dinheiro e nas coisas, mas ninguém fica feliz ao acrescentar posses. Jesus diz que a vida do homem não consiste nas suas posses e Paulo disse que o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males. Então, a felicidade não está no dinheiro.
Outros buscam a felicidade em religiões orientais. Os jovens vêm seus pais, ricos, mas infelizes, e, com isso, começam a procurar em Buda sua felicidade, que pregou que abrir mão de suas riquezas e prazeres o deixará feliz, em um nirvana. A questão é que mudar seus desejos não vai satisfazes você. Uma pedra não tem desejos, mas também não é feliz.
Como alguém pode ser feliz, então? É redirecionar suas paixões ao Deus Único que pode satisfazê-lo, porque apenas Aquele que é infinito pode satisfazer um desejo infinito. Deixe que o Deus eterno preencha seus desejos por eternidade. Nada menos que aquilo que é o máximo pode satisfazer seus desejos. Eu descobri isso quando adolescente. Eu cresci em uma família não-cristã e nunca fui para uma igreja. Meu tio favorito era ateu. Mas eu não era feliz. Eu procurava Deus. Uma igreja tinha um ônibus que levava jovens para a escola dominical e fui nele. Ouvi sobre Jesus, que disse “vim para que tenham alegria, e alegria completa” (João 17:13). Meu coração clamava por felicidade, e aquele vácuo que estava no meu coração foi preenchido por Deus. Entreguei minha vida a Jesus Cristo e agora, por mais de 62 anos, tenho O servido. Posso lhe dizer com certeza que só Jesus satisfaz. Nada mais vai preencher seu último desejo.
Deixe-me ilustra contando sobre como Ele fez isso por mim. Aos 17 anos entreguei minha vida Cristo, e foi uma transformação completa. Antes de me tornar cristão, vim de uma família sem qualquer cultura. Não tínhamos livros, meu pai só estudou até o quarto ano, minha mãe só até o sétimo. Eu me formei no ensino médio sem nunca ter lido nenhum livro. Eu fui expulso da minha sala de literatura por que a professora perguntou como a história terminava e eu não sabia. Mas Deus estava trabalhando em minha vida. Deus me mandou por todo o mundo, lendo um livro, falando de Jesus. O Brasil é o 31º país que visito e embora eu não tenha lido nenhum livro no ensino médio, hoje escrevi 80 livros.
Deus é grande e Deus é bom, e se você entregar sua vida a Ele, Ele encherá sua vida de satisfação e alegria abundante. Ele o tomará, equipará e usará. Você pode dizer que é pobre – nós éramos tão pobres que comemos nosso coelhinho de estimação, a Nancy. Você consegue comer um coelho, mas não seu de estimação (risos). Deus pode tirá-lo de qualquer lugar para satisfazer seu coração. Lembra-se de Moises? Ele disse para Deus que não era eloquente e pediu para alguém ir em seu lugar. Deus mandou Moisés jogar o cajado no chão, e ele se tornou vivo. Deus o mandou pegar de novo, e tonou-se um cajado. Deus fez sua mão ter lepra e deixar de ter, com um movimento de mão. Deus o mandou bater nas águas com o cajado, e as águas se dividiram. Moisés deu para Deus o que ele tinha, e Deus deu a Moisés o que ele não tinha.
Todos nós estamos aqui buscando a santidade – sem a qual ninguém verá o Senhor. Estamos buscando, também, felicidade. Felicidade esta que só é encontrada em Deus. E o mundo ainda está para ver o que acontecerá com uma pessoa totalmente satisfeita e dedicada a Deus. O versículo da minha vida é Filipenses 1:21: “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho”. Se Ele me deixar viver, viverei para Ele; se eu for morto, eu viverei com Ele. Você não pode superar essa filosofa.
Um bandido apontou uma arma para um cristão e ameaçou matá-lo se não desse o seu dinheiro. Ele respondeu: “você não pode me ameaçar com o céu”. A pior coisa que pode acontecer com você é a melhor coisa que pode acontecer com você, porque viver é Cristo e morrer é lucro.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

A composição da igreja local

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"Quem faz parte da igreja local?". Pode ser qualquer pessoa? Será que só freqüentar os cultos significa fazer parte da igreja local? 

O texto de Atos 2.36-47 nos ajudará a responder essas perguntas. É a conclusão do sermão de Pedro, no dia de pentecostes, na vinda do Espirito Santo. Leia o texto com atenção e numa segunda leitura, tente sublinhar quais as características das pessoas que fizeram parte da igreja local daqueles dias.

Portanto, que todo o Israel fique certo disto: Este Jesus, a quem vocês crucificaram, Deus o fez Senhor e Cristo. Quando ouviram isso, ficaram aflitos em seu coração, e eles perguntaram a Pedro e aos outros apóstolos: Irmãos, que faremos? Pedro respondeu: Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo.  Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus, chamar. Com muitas outras palavras os advertia e insistia com eles: Salvem-se desta geração corrompida!  Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações.  Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos.  Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.  Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade.  Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração,  louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos. (Atos 2:36-47)

A igreja local é composta por pessoas que se arrependeram de seus pecados e aceitaram o evangelho do Senhor Jesus. O versículo 38 deixa isso claro ao mostrar a recomendação de Pedro aos irmãos que ouviram a mensagem do Evangelho anteriormente exposto por ele: "arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos seus pecados".

Outros textos confirmam a necessidade de arrependimento e fé para fazer parte da Igreja e da igreja local, como o de Marcos 1.15: O tempo é chegado, dizia ele. O Reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!. Paulo enfatiza a importancia de crer: "Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que crêem. (1 Timóteo 4:10).

A igreja local é composta por pessoas que receberam o dom do Espirito Santo e o perdão de Jesus. O versículo 38 apresenta que a finalidade do arrependimento e fé é nos levar ao perdão dos pecados e a doação do dom do Espirito Santo. Tanto o perdão divino do pecado original, quanto o dom do Espirito são lados da mesma moeda. Sao experiências iniciais da salvação em Cristo que acontecem simultaneamente. Ate poderíamos dizer que a igreja local é composta de pessoas salvas ou regeneradas.

O livro de Romanos nos fornece uma base solida para ampliarmos esse conceito de salvação. "Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo" (Romanos 5:1). E, "Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus" (Romanos 8:1).

O termo que Paulo usa para descrever os aspectos iniciais da salvação é justificação. Era um termo comum na época, vinculado as instituições forenses. Era declarado justo aquele que não tinha culpa. Imagine quando uma pessoa é declarada inocente num julgamento,  que alegria! Nós, porem, fomos declarados justos no julgamento eterno de Deus mesmo sendo passíveis de condenação. Pois, mediante a salvação que Jesus efetuou na cruz nós fomos declarados livres por Deus. Essa justificação só é possível por causa do sacrifício de Cristo em nosso lugar.

Uma vez justificados, não ha condenação para nós. Fomos libertos do pecado e da morte. Como Deus é bom! Nesta altura de seu estudo talvez você queira agradecer a Deus por ter liberto você do pecado e da morte e ter dado tão grande salvação gratuitamente.

A igreja local é composta por pessoas que se submetem ao batismo nas águas. Pedro exorta seus ouvintes a arrependerem e demonstrarem sua fé em Jesus através do batismo (At 2.38). É provável que nos primeiros dias do cristianismo, eles batizassem pessoas usando a formula "em nome de Jesus". Porque devido a proximidade que existia entre o judaísmo e o cristianismo incipiente, a única coisa que deveria ser acrescido na vida dos judeus que criam em Jesus era o batismo. Porem, poucos anos mais tarde, a Igreja reconheceu a formula batismal em nome da Trindade divina, que é a que vemos em Mateus 28.19. Cremos que o batismo não salva - salvação é dadiva divina ao que crê nele, mas ele é parte natural das nossas decisões ao lado de Cristo, para expressar simbolicamente o que cremos de fato.

A igreja local é composta por pessoas que perseveram na doutrina dos apóstolos. É isso que afirma o versículo 42 do capitulo 2 de Atos: "Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações". Esta é uma afirmação surpreendente. Talvez ate estranha para alguns. John Stott leva ela em grande conta dizendo que "a igreja viva é uma igreja que está aprendendo, uma comunidade que estuda" (STOTT, 2005, p.8). Stott compara que no Pentecostes o Espirito abriu uma escola para seu povo. Os mestres eram os apóstolos, a quem Jesus tinha treinado pessoalmente. Os estudantes eram cerca de 3000 salvos. Na verdade, espiritualmente falando, eram o jardim de infância. Estavam no começo da jornada de aprendizado da fé crista. "Esses recém-nascidos na fé, convertidos e cheios do Espirito Santo, não estavam dedicados a desfrutar de uma experiência mística que os fizera esquecer o criam ou de arrazoar sobre isso" [...] "perseveravam na doutrina dos apóstolos e queriam aprender tudo o que fosse possível. Tinham fome da verdade e queriam sentar-se aos pés dos apóstolos e absorver seus ensinamentos" (STOTT, 2005, p.8).

Estamos longe de dizer que o cristianismo se limita ao intelectualismo. Ao contrario, uma igreja local cheia do Espirito é incompatível com intelectualismo, mas também não se satisfaz apenas com as experiências extáticas que acontecem vez ou outra na caminhada com Cristo. Nisto, devemos buscar crescer sempre: uma vez salvo, haverá em você uma vontade diferenciada em aprender a doutrina bíblica, que é a revelação de Deus.

Joshua Harris diz algo interessante sobre a idéia de que você deve se aprofundar nos estudos das Escrituras: "Sei que a idéia de estudar sobre Deus afeta as pessoas de modo errado. Parece fria e retórica, como se Deus fosse um cadáver de um sapo a ser dissecado em um laboratório ou um conjunto de idéias que memorizamos como provas de matemática. No entanto, o estudo de Deus não deve ter esta conotação. Você pode estuda-lo como estuda um pôr-do-sol que o deixa sem palavras. Pode estuda-lo como um homem estuda a pessoa que ele ama apaixonadamente".

A igreja local é composta por pessoas que se reúnem para adorar a Deus e celebrar o Evangelho. Nosso texto, nos versículos 42, 46 e 47 deixa claro que a adoração e o louvor era parte integrante do cotidiano da igreja local. Assim deve ser com você e com todos nós que formamos a igreja local de Cristo. O livro de Salmos possui uma serie de convites para o povo de Deus celebrar o Senhor. Pois ele é digno de toda honra, gloria e louvor!

Os profetas de Deus também nos convidam a celebrar o Senhor da gloria. "O  Senhor   dos Exércitos é que vocês devem considerar santo, a ele é que vocês devem temer, dele é que vocês devem ter pavor" (Is 8.13). "O  Senhor , porém, está em seu santo templo; diante dele fique em silêncio toda a terra" (Hc 2.20). Stott ressalta que a adoração a Deus pode ser formal ou informal. Podemos adorar tanto nas casas quanto no templo. Cada tipo de adoração tem seu lugar próprio e espaço no Corpo de Cristo.

A igreja local é composta por pessoas que assumem publicamente compromissos com outros cristãos, formando relacionamentos e vínculos mútuos. "Os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum.  Vendendo suas propriedades e bens, distribuíam a cada um conforme a sua necessidade" (At 2.44,45). Os vínculos fraternais que a igreja local de Jerusalem tinha é descrito no grego bíblico pela palavra koinonia. Koinonia quer dizer "aquilo que temos em comum" e compartilhamos juntos como discípulos de Jesus. Primeiro, compartilhamos a graça de Deus. Segundo, compartilhamos o que temos, normalmente, tais ofertas são generosas. Terceiro, compartilhamos o amor através do serviço abnegado ao próximo.

A igreja local é composta por pessoas que realizam uma evangelização continua. Ja estudamos que o propósito da igreja é anunciar as maravilhas de Deus. Isso é evangelizar. Alguns pensam que para evangelizar é preciso ter curso formal de teologia. Nada disso! Todos que foram salvos podem e devem evangelizar. Lucas, o escritor do livro de Atos nos informa que: [...] o Senhor lhes acrescentava diariamente os que iam sendo salvos". Aqui podemos aprender algumas lições sobre a evangelização, que deve ser uma característica de todo membro da igreja local:
  O Senhor Jesus é quem salva e incorpora os novos membros na Igreja;
  Jesus delega aos ministros da igreja local a tarefa de admitir crentes pelo batismo;
  O testemunho cotidiano e o amor incessante são os meios de Deus alcançar pessoas;

Poderíamos resumir os requisitos para compor uma igreja local da seguinte forma: "um coração regenerado, uma confissão de fé verossímil, o batismo voluntário em obediência a Cristo e uma vida cristã exemplar" (HAYES, 2002, p.126).

Querido amigo: Como você tem vivenciado e obedecido a este "pertencer" a uma igreja local de Jesus Cristo? Quais dos requisitos acima ainda faltam em sua jornada de fé? O que você deve fazer para efetivar estes valores em sua vida? Existem obstáculos para que isso acontece? Quais? Hoje é o dia de depor esses obstáculos aos pés de Cristo e vir a pertencer a uma igreja local.