
1) O assunto da passagem é mal-entendido: o “Sermão sem Fundamento”. Este é o caso em que o pregador diz coisas que podem ou não serem verdadeiras, mas que, de nenhuma forma, vieram da passagem, quando ela é entendida corretamente. Isso pode acontecer tanto por falta de cuidado com o conteúdo do texto (por exemplo, “produção, motivação e inspiração”, tirado de 1 Tessalonicenses 1.3, versão NIV; embora nenhuma palavra tenha paralelo no grego), quanto por falta de cuidado com ocontexto (por exemplo, o sermão em Davi e Golias, que pergunta “quem é seu Golias, e quais são as cinco pedras que você precisa preparar para usar contra ele?”).
Se o pregador não está extraindo profundamente da Palavra de Deus para guiar a mensagem de seus sermões, eles estão possivelmente sendo dirigidos pelas próprias preferências do pregador. Pois, “quando alguém regularmente prega de uma forma que não é expositiva, os sermões tendem a ser somente sobre assuntos que interessam ao pregador” (Nove Marcas). Portanto, a congregação não recebe tudo o que Deus pretendia. A lição? Pregadores devem se entregar ao entendimento absoluto do texto antes de sentar para escrever seus sermões. Uma leitura casual não é o bastante. Os pregadores devem permitir que Deus determine a dieta do rebanho como prevenção contra uma alimentação insuficiente.
2) O assunto da passagem é ignorado: o “Sermão Trampolim”. Bastante parecido é o sermão em que o pregador entendeu o centro do texto, concorda superficialmente com ele , e então fica intrigado com algo que é um ponto secundário ou terciário, fixando sua atenção nisso pelo resto do sermão. O que ele diz vem do texto, mas não é o assunto principal do texto (por exemplo, o sermão em João 3 que enfoca primeiramente a permissão de cristãos beberem álcool).
3) O assunto da passagem não é aplicado: o “Sermão Exegético”. Algumas pregações que se dizem expositivas são rejeitadas como chatas e irrelevantes… e com justiça! O ouvinte poderia muito bem ler um comentário exegético. Tudo que é dito é fiel à passagem, mas não é realmente um sermão; é meramente uma leitura técnica da passagem. Pode-se aprender muito sobre o uso paulino do Genitivo Absoluto, mas pouco sobre a pessoa de Deus ou a natureza do coração humano. Não há aplicação pra nada a não ser às mentes da congregação. A verdadeira pregação expositiva certamente deve informar primeiro a mente, mas também aquecer o coração e constranger a vontade.
4) O assunto da passagem é aplicado a uma congregação diferente: o “Sermão Irrelevante”. Muitas pregações promovem orgulho na congregação por jogarem pedras nos tetos de vidro de outras pessoas. Ou o ponto da passagem é aplicado apenas aos incrédulos, sugerindo que a Palavra não tem nada a dizer para a igreja, ou é aplicada aos problemas que raramente são vistos na congregação onde se prega. Assim, a congregação se torna orgulhosa, e como os fariseus na parábola de Jesus, acabam agradecidos por não serem como os outros. A resposta não é arrependimento e fé, mas “se a Sra. Brown ouvisse esse sermão!” ou “esse sermão realmente deveria ser pregado na Enésima Igreja Batista de Smorgsville, Pensilvânia!”.
5) O assunto da passagem é mal aplicado à congregação atual: o “Sermão Inadaptado”. Algumas vezes, a distância hermenêutica entre a passagem original e a congregação atual pode ser mal compreendida, de forma que a aplicação do contexto original é transferida de maneira errada ao contexto atual. Assim, se o pregador não tem uma teologia bíblica correta do culto, passagens sobre o Templo no Antigo Testamento podem ser aplicadas erroneamente sobre o prédio da igreja no Novo Testamento, ao invés de estarem cumpridas em Cristo e em seu povo.
6) O assunto da passagem é separado de seu impacto geral: o “Sermão Doutrinário”. Deus deliberadamente falou a nós “de muitas e diversas maneiras”. Muitos sermões ignoram o gênero de uma passagem, e pregam narrativa, poesia, epístola ou apocalíptica – todos como se fossem uma série de afirmações proposicionais. Embora toda pregação deva transmitir verdades proposicionais, elas não deveriam ser reduzidas a isto. O contexto literário das passagens deveriam significar que um sermão de Cântico dos Cânticos soa diferente de um a partir de Efésios 5. As passagens podem ter o mesmo ponto central, mas é transmitido de uma forma diferente. Esta diversidade não deve ser perdida na pregação.
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Pregação expositiva é tão importante para a saúde da igreja porque permite que o conselho inteiro de Deus seja aplicado à igreja inteira de Deus. Que o Senhor equipe os pregadores de Sua Palavra de forma que Sua voz possa ser ouvida e obedecida.
Texto de Mike Gilbart-Smith, Traduzido por Josaías Jr, via: iPródigo
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