domingo, 11 de março de 2012

Dicas para domar a língua

John Wesley (1703-1791) e Charles Simeon (1759-1836) foram ministros da igreja da Inglaterra e líderes do grande reavivamento do século XVIII, conhecido nos Estados Unidos como o primeiro Grande Avivamento. Wesley foi um pregador e evangelista influente, um dos pioneiros do reavivamento, bem conhecido dos dois lados do Atlântico juntamente com seu irmão Charles e seu amigo George Whitefield. Foi ainda fundador da Igreja Metodista. Charles Simeon, no entanto, viveu principalmente em Cambridge, na Inglaterra, e foi líder durante o segundo estágio do reavivamento. Contudo, por causa de seu ministério longo e bastante influente na Igreja Great St. Mary (por mais de cinqüenta anos), também influenciou, grandemente, várias gerações de líderes.

Tanto Wesley como Simeon preocupavam-se profundamente com as implicações práticas da fé, especialmente em como os cristãos deveriam vivê-la na vida real. As passagens seguintes mostram a determinação desses homens em dar um curto-circuito no poder do filho bastardo da inveja - a maledicência. Seus pontos de vista merecem ser ponderados hoje em uma sociedade em que a inveja desenfreada possui centenas de formas diferentes.

Regras para compromissos corporativos:
1.Nós que subscrevemos as regras abaixo concordamos que:
2. Não daremos ouvido nem inquiriremos voluntariamente sobre qualquer maledicência concernente a um de nós.
3. Se escutarmos algo maléfico com respeito a algum de nós, não acreditaremos de imediato.
4. Comunicaremos o que ouvimos o mais breve possível, falando ou escrevendo à pessoa em referência.
5. Não escreveremos nem diremos uma sílaba sequer daquilo que nos foi dito a qualquer pessoa, seja quem for, antes do pleno esclarecimento do assunto.
6. Depois disso, não mencionaremos o que for comentado a qualquer outra pessoa.
7. Não abriremos nenhuma exceção a qualquer uma dessas Regras, a não ser que, em conjunto, acreditemos que somos absolutamente obrigados a fazê-lo. John Wesley, 1752.
 
Como lidar com a maledicência. Quanto mais eu vivo, mais sinto a importância de aderir às regras que formulei para mim mesmo em relação a tais assuntos.
1. Ouvir a menor quantidade possível de coisas prejudiciais aos outros.
2. Não acreditar em nenhuma delas, até que seja absolutamente forçado.
3. Nunca absorver o espírito daquele que fala mal de outros e circula essas notícias.
4. Sempre moderar, no que for possível, a crueldade expressa contra outros.
5. Sempre acreditar que se o outro lado fosse ouvido, o assunto seria relatado de maneira bastante diferente.

Considero o amor uma riqueza, e da mesma maneira que resistiria a um homem que viesse para roubar minha casa, também o faria com o homem que enfraquece meu respeito por qualquer ser humano... acho que as pessoas religiosas estão muito pouco atentas a essas considerações, e que a frase: "Aquele que se aparta do mal se torna vítima", não é verídica apenas em relação ao mundo ateu; mas também no que se refere aos crentes professos, entre os quais há uma triste tendência de escutar maus boatos e acreditar neles sem primeiro dar à pessoa injuriada qualquer oportunidade de explicar seu ponto de vista e defender seu caráter. Quanto mais notável for o caráter da pessoa, mais provável é seu sofrimento nesse sentido, pois a não ser que seja grandemente dominado pela graça, há no coração de todo ser humano um prazer enorme em ouvir qualquer coisa que possa reduzir os outros ao seu nível ou rebaixá-lo diante da estima do mundo. Quanto mais os outros são desvalorizados, mais nos sentimos elevados.

Nessas circunstâncias encontro consolo nas seguintes reflexões:
1. Meu inimigo, qualquer que seja o mal que me tenha feito, não me reduzirá a um nível tão baixo quanto o faria se soubesse tudo o que Deus sabe a meu respeito.
2. Ao fazer um balanço entre o débito e o crédito percebo que, mesmo se fosse roubado em um centavo, há muitos valores creditados em minha conta que não sou digno de receber.
3. Se cada homem tem o seu grande dia, Deus também terá o seu. Charles Simeon, de Hugh Evan Hopkins, Charles Simeon of Cambridge (Holder and Stoughton), pp. 134-135.

Texto e citações extraídos de "Os 7 pecados capitais" de Os Guiness, publicado por Shedd Publicações, p.83-85.

1 comentários:

Anne disse...

Ótimas dicas. Como é difícil frear a língua no dia a dia. Ainda mais difícil é frear o julgamento que a gente faz das pessoas a partir das fofocas que ouve.

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