Porque não me
envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo
aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Romanos 1:16.
Normalmente no Brasil
chamamos os cristãos não-católicos de evangélicos. Mas será que todos os grupos
cristãos que se definem ou são assim considerados são de fato evangélicos? Para
responder essa pergunta, eu fiquei pensando no que pode definir se alguém é ou
não evangélico. A resposta que encontrei foi: é evangélico todo aquele que crê,
defende e propaga o Evangelho de Jesus Cristo.
Porém, desta primeira
pergunta depreende outra derivada e de igual importância: o que é o Evangelho
de Jesus Cristo? Apesar de parecer uma pergunta aparentemente fácil de ser
respondida, pelo menos por quem se diz evangélico, você vai encontrar respostas
diferentes por cada segmento que se denomina desta forma. É muito provável que
o significado de Evangelho para um
grupo seja algo totalmente diferente para outro grupo, mesmo que ambos se
denominem evangélicos. Em outras palavras, neste universo socialmente chamado
de evangélicos, é provável que tenhamos diferentes “evangelhos”.
A base que deve definir o
que é o Evangelho para todo e qualquer cristão é a Bíblia, a Palavra de Deus. Imagino
que todos os evangélicos creditem a ela a palavra final de Deus sobre qualquer
assunto. Como a Bíblia revela o que é evangelho? Quais os critérios que ela
delimita para avaliarmos se essa ou aquela definição de evangelho é correta e
segura? Todos os evangélicos realmente seguem o Evangelho de Cristo, de acordo
com a Bíblia?
Minha
preocupação com estas questões não é apenas de ordem conceitual, mas também de
ordem prática. Os membros de igrejas correm um grande
perigo de serem enganados por estes “falsos evangelhos” que se mascaram por
trás dos vários evangelhos pregados atualmente. Portanto, se tivermos uma
definição correta e parâmetros claros do que é o Evangelho de Cristo segundo a
Bíblia Sagrada, podemos nos prevenir de seguir falsos evangelhos e falsos
evangelistas.
É provável que você
conheça pessoas que assistem programas de televisão evangélicos, vão a conferências
e eventos evangélicos, procuram cds, livros e materiais da linha gospel. Mas, que Evangelho é este que eles
estão advogando? Você já pensou nisso? O que eu percebo é que nem sempre os membros
de igrejas evangélicas estão preparados para julgar ou discernir se tal
evangelista possui uma visão correta, isto é, bíblica, do Evangelho.
Muitos podem falar
baseados na ética cristã (daquilo que é certo e errado): são contra o aborto,
contra o mal que aflige as famílias, são altamente moralistas e cobradores de
posicionamentos éticamente cristãos, principalmente na atual conjuntura
brasileira permeada de caos moral. Mas, será que o eixo teológico norteador da sua
cosmovisão, apesar de moralmente advogarem uma ética cristã universal – será
que eles são de fato evangélicos? Porque evangélico, evangélico mesmo – não
apenas a fatia social cristã não-católica – são aqueles que professam e vivem o
Evangelho de Cristo, cujo centro é a morte sacrificial e substitutiva e a
ressurreição corporea de Jesus Cristo.
É obvio que o Evangelho de
Cristo deve moldar a ética e a moral dos cristãos. Espera-se que os seguidores
de Cristo, a partir de sua conversão, sejam defensores de um padrão de
comportamente coerente com a vontade de Deus. Mas isso não significa que uma
pessoa que saiba o que é certo ou errado seja realmente convertida e centrada
no Evangelho de Cristo.
Muitos de nós precisamos aprender a discernir não apenas se a oratória
de um líder evangélico é boa ou se ele é engajado nos problemas sociais:
precisamos discernir qual é o eixo-teológico que determina o pensamento e as
ações deste ou daquele evangelista, ou seja, devemos conhecer o conteúdo dele. Como?
Reconhecendo se ele crê, defende e propaga o verdadeiro Evangelho, num universo
de diversos “evangelhos” através do exame profundo e acurado da Bíblia Sagrada.
1 comentários:
Muito bom!
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